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domingo, 23 de novembro de 2014

Para SECULT CE e SECULTFOR

Postagem aberta para Secultfor Fortaleza e Secretaria da Cultura do Estado do Ceará

Acredito que o estado tem o dever de promover a arte e a cultura, isso não se traduz em obrigação de atender especificamente a este ou aquele artista em detrimento de outros, mas em ter uma SENSIBILIDADE para perceber movimentos, correntes, ações, trabalhos, esforços que realmente produzem e induzem à cultura. O estado JAMAIS poderia ceder ao "gosto do povão" porque isso não existe, ou seja, o "gosto do povão" é uma casca criada pelas mídias particulares, à base de muito jabá, para estimular determinada produção e obter retorno publicitário com isso, mas não se iludam, o povo não gosta disso, aprende a se acostumar pela falta de ALTERNATIVAS. Daí se expõe a questão de qual influência o estado, como fomentador da cultura, deseja para sua população. Pensemos na música como uma influência, não tem como negar isso, que tipo de música vai influenciar positivamente? Um grupo que toca música cuja letra chama as mulheres de raparigas (com certeza não as de portugal) e os homens de vagabundos merece atenção do poder público no tocante a prioridade em contratos para shows oficiais por exemplo? "Ah mas o povão gosta..." GOSTA? Não seria porque vocês estão fazendo ele gostar? Não querendo ser pontual mas praticamente em todo show oficial do governo do estado e da prefeitura tem se visto umas caras repetidas aí que minha ética impede de citar nomes, nem preciso.
Tem muito trabalho bom que fica de fora de editais e licitações APENAS porque o estado prefere atender quem "está na mídia".... Senhores isso é a contramão da cultura podem ter certeza. Estar na mídia definitivamente não significa ser bom ou ruim, significa PRINCIPALMENTE ter patrocinadores.
Portanto o estado tem que dirigir ações para amenizar essa concorrência desigual e não acentuá-la.
Sendo um pouco mais pontual, quero citar um exemplo e por conseguinte a parte que me interessa: ano passado, conheci uma excelente cantora e compositora chamada Euterpe Cantora, de Boa Vista RR, ela obteve ajuda junto à secretaria de cultura do seu estado para poder ir a MG participar do mesmo festival que participei ano passado e que ganhei prêmio de melhor letra. Achei isso muito correto pois ela estava ali também representando o estado dela e assim o fez muito bem, com uma música linda e uma interpretação maravilhosa. Eu não tive a mesma sorte, ano passado fui classificado em simplesmente 5 festivais: Meruoca - CE (este não necessitava de patrocínio), Itapemirim - ES, São Tomé das Letras - MG, Alvinópolis - MG e Fun Music (Nacional, etapa Salvador BA).
Tentei ajuda junto às SECULTs e a blindagem nestes setores é tão intensa que é praticamente impossível ter um contato efetivo com quem de direito a tratar sobre estes pleitos. Resultado: nada. A duras penas consegui participar de Itapemirim e Alvinópolis, onde ganhei premio de melhor letra em MG. Mas a frustração de não ter podido ir para Salvador com a Banda Alma de Pedra por falta de passagens ainda dói até hoje e não foi por falta de tentativas.
Só esse ano de 2014 já fui classificado em Indaial - SC (5º lugar intérprete), Cruzília - MG (pedi que um amigo me representasse), Alvinópolis - MG (3º lugar) e agora São Miguel Arcanjo - SP (29/11/2014) para o qual vou graças a ajuda de amigos mas para voltar só com a graça de Nosso Senhor Jesus (porque não consegui a passagem de volta), mas enfim, eu realmente gostaria que não só eu, mas outras pessoas de Fortaleza e do Ceará, com trabalhos tão bons, fossem mais reconhecidas e apoiadas, e tivessem também um pouco de oportunidades nos espaços e eventos oficiais, apenas porque o poder público DEVE fomentar de fato a CULTURA e não o abandono dela.

Gil de Abreu